quinta-feira, 31 de maio de 2012

Operação Resgate na AR

Passos Coelho foi ontem à AR resgatar Relvas dos «serviços secretos» e os «serviços secretos» de Relvas e de mais umas coisas, como os relatórios sobre o administrador Bairrão da TVI, sobre Pinto Balsemão e o director do Expresso Ricardo Costa. Esta parte está toda por explicar. A não ser que haja mais relatórios sobre mais gente. E «serviços secretos» nem os há...

terça-feira, 29 de maio de 2012

Pode-se perguntar?

No meio deste descalabro dos serviços de informação pode-se perguntar que fazem os responsáveis por eles, a começar pelo governo? Disfarçam, guardam a defensiva e a opacidade, atacam pela via da contra-informação? Pelos vistos podem escolher, pois ninguém os questiona. Por exemplo, a propósito do extenso SIEDM, houve algum relatório que tivesse alertado, em tempo útil, para o golpe na Guiné-Bissau. ou a desfilada naval mascarou tudo o que Portugal não sabia sobre o assunto? Bem sei que era um questão que dizia respeito ao Estado...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O estado ideal

Marcelo Rebelo de Sousa prevê que o ministro Relvas fique em estado semi-morto depois desta enorme confusão instalada. Admito. Mas o «estado semi-morto» tem ajudado a carreira de muita gente nos governos. Ou como diria o doutor Salazar «Se quiser ir longe faça-se morto».Semi-morto é uma nuance trazida pelo PSD...r

domingo, 27 de maio de 2012

Embaixador Sá Coutinho (1929-2012)

Quando tomei posse como Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Sá Coutinho era embaixador residente em Bissau e também acreditado na República de Cabo-Verde. Há meses que as duas repúblicas haviam enviado cada uma o seu embaixador residente para Lisboa sem que esta reagisse. Depois de se ter reparado a situação, Sá Coutinho ainda se manteve em Bissau algum tempo até ser nomeado, pelo I Governo Constitucional, para abrir a embaixada portuguesa em Luanda. Fê-lo com a maior discrição e eficácia, ajudado com muito profissionalismo e maturidade política por Vasco Valente, então um jovem diplomata no início da carreira.Posso testemunhar o que significava na altura para os diplomatas das Necessidades o exemplo de Sá Coutinho. Guardo dele a imagem de alguém que prestava serviços ao país por dever e convicção. Há poucos anos fui a Caminha onde o encontrei sereno, como sempre.

sábado, 26 de maio de 2012

Treino sem sentido

O jogo Portugal-Macedónia não fez sentido nenhum. Jogámos contra uma equipa sobre-defensiva. Porquê? Para quê? Estamos à espera que a Alemanha apresente algum autocarro Mercedes perante a nossa lentidão-agora acentuada ainda mais no meio campo? A Dinamarca perde as pernas nas cavalgadas? A Holanda acaba por se retraír perante a excelência dos nossos avançados, tão dispersos como um Postiga, um Quaresma, ou mesmo um Nélson Oliveira tão cedo lançado às feras do mercado? Foi um treino conjunto para as duas defesas que saíram imbatíveis da tarde de Leiria? Enfim. Nada disto faz sentido. O Paulo Bento terá de reagir, ou está tramado.E não é por críticos preventivos como eu.

Do império dual

Cabo Submarino trata hoje dos germens de mudança introduzidos pelas eleições francesas e gregas. Uma delas tem a ver com o esgotamento do modelo de império dual que Merkel e Sarkosy tinham esboçado  depois da crise das dívidas soberanas, com resultados práticos nulos. Ora esses impérios só mantêm a sua hegemonia caso prestem serviços úteis aos povos que os rodeiam.Não há hegemonia durável para impérios egoístas e impreparados.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Sol brilha

Na rubrica do sobe e desce do jornal Sol, o ministro Nuno Crato é brindado com um uma nota explicativa sobre a sua« bondosa» reacção referente ao programa desfeito das Novas Oportunidades. A preocupação do jornalista em louvar o ministro chega a ser um caso de estudo para os «livros de estilo».Ora aí está um governante que não precisa de telefonar ao director...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Acto Adicional

O termo vem das revisões da Carta na Monarquia. Mas a iniciativa do grupo parlamentar do PS que aproveitou muito bem a desorientação dogmática da maioria, ao não ter sequer em conta os interesses da sociedade portuguesa, está destinada a ser lida no futuro em reforço das posições de uma UE do crescimento e da coesão. E não tanto da emigração de longa duração...

Passes longos

Paulo está a aburguesar-se nesta final do Europeu.Está mais sensível às conveniências publicitárias, à valoralização de certos jogadores lançados alguns minutos no fim do campeonato exactamente para esse objectivo, e agora no caso de Hugo Viana- uma longa campanha- cedeu. Não são bons sinais. Mantenha a teimosia pessoal, mister.O seu empreendorismo é outro.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A primeira cimeira Hollande

Veremos como corre hoje a primeira cimeira europeia com a participação de François Hollande. Patética foi a fotografia de Rajoy com Merkel num passeio turístico fluvial em Chicago. Estes conservadores ibéricos nem sabem definir uma política de alianças...

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Labaredas europeias

Na Grécia, a multidão sai das ruas e vai aos bancos para trazer as poupanças para casa.Para montar mini-casas de câmbio na eventualidade de uma saída da moeda continental? O empreendorismo é tramado!
Na Espanha, o vento sopra em todas as direcções,desde o sistema bancário com nacionalizações encapotadas até às altas taxas de juro para os empréstimos.
A situação está tão fora de controlo que a Itália faz agora figura de aluno exemplar...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Confirmado

Como aqui se previu a França não irá ratificar o tratado orçamental enquanto não houver acordo sobre o futuro tratado sobre o crescimento O novo governo françês acaba de o explicitar através do novo ministro das Finanças Pierre Moscovici. Laurent Fabius, que fez campanha pelo Não ao defunto tratado constitucional, não poderá estar mais de acordo com isso, agora como ministro dos Negócios Estrangeiros.Juro que não tive acesso a «clippings»...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A Europa do Futuro

A Europa do Futuro é o título de um excelente artigo do Pró-Reitor  da Universidade Aberta, Professor João Caetano, sobre as questões políticas e jurídicas que se colocam à UE. A ler no ultimo número do Jornal de Letras  dirigida pelo José Carlos Vasconcelos.
Uma frase luminosa e precisa:
«A transferência de soberania pelos Estados foi feita não para a União Europeia mas para os Estados mais poderosos.»

Raios e Coriscos

Hollande, antes de viajar para Berlim, escolheu homenagear Jules Ferry,o governante de III República que decretou a escola pública laica e o ensino primário obrigatório e gratuito.Mas também foi o responsável pela política colonialista da França, na década de 80 do século XIX, em territórios tão diversos como a Tunísia, o Congo-Brazza. a Indochina. Para não haver dúvidas, o novo PRF condenou expressamente a política colonial de Jules Ferry do ponto de vista ético e político. Um político desses não se deixa atemorizar por raios e coriscos...

Hollande em Berlim

A ida a Berlim no dia da posse pode ser discutível, mas François Hollande foi impecável na conferência de imprensa conjunta com Merkel. A França não ratificará o tratado orçamental até à aprovação do tratado para o crescimento europeu.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Obras de Manuel Sérgio lidas por treinadores de top

O filósofo e meu amigo Manuel Sérgio, referência cultural de Mourinho, lança hoje mais um livro intitulado «Crítica da Razão Desportiva», que será apresentado por Vítor Serpa no Palácio Galveias. Por outro lado, a obra Filosofia do Futebol, na qual participo com um simples prefácio, foi agora editada em Espanha, e é leitura de treinadores de top como Pepe Guardiola. Manuel Sérgio prova que o futebol é demasiado importante para...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Paulo Bento na corrida

Há algo de bizarro na primeira convocatória dos seleccionados depois de Paulo Bento ter renovado o contrato com a FPF. Até aqui percebia-se a vontade soberana do selecionador, com os seus preferidos e os seus preteridos. Agora basta ler antes os anúncios da corrida pela selecção, e os suplentes que o FCPorto lança na última jornada...Ninguém tem saudades do Scolari?

Palpites em vez de estudos

O governo detesta ideologicamente programas como o da  NOVAS OPORTUNIDADES que certifica com diplomas as aprendizagens feitas ao longo da vida por adultos. Disse, que certificavam a ignorância e que ia «mandar» fazer estudos. Pois suspendeu a participação de Portugal nos estudos da OCDE sobre a a formação de adultos, depois desta organização internacional insuspeita, ter relevado em relatórios anteriores o contributo positivo do Novas Oportunidades em Portugal! Muito educativo...

sábado, 12 de maio de 2012

Quanto vale o voto?

A campanha dos furiosos com a vitória de François Hollande, e os resultados na Grécia das eleições antecipadas provocadas pela direita da Nova Democracia  desarranjaram as certezas instaladas nos apaniguados da dogmática Merkosy. No meu artigo de hoje no Correio da Manhã, critico as declarações de Durão Barroso em defesa do imobilismo e chamo a atenção para o facto de aqueles que anunciam o regresso dos coronéis a Atenas estão na prática a chamá-los para outros países.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Dito agora na AR

Francisco Louçã no debate quinzenal
 Os serviços de informação, como estão, mais do que uma anedota são um perigo
Tem razão, e não é facturante.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Masoquismo

Portugal arrisca-se a apanhar uma multas depois da eventual entrada em vigor do chamado Tratado Orçamental. Não que acredite muito na sua execução nessa matéria, como noutras. Mas agora que o governo está nuzinho diante dos açoitantes faz pena vê-lo sozinho a tremer de frio sem companhia europeia  alguma. Deve ser por puro masoquismo ideológico.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O livro do desassossego

Anda muita gente em desassossego com as declarações de Mário Soares ao jornal I. O que será que incomoda tanta gente? Outras situações em que foram passivos, e só perceberam as coisas mais tarde, e até tarde de mais para a nossa sociedade?

terça-feira, 8 de maio de 2012

Acto Adicional

O secretário-geral do PS voltou a colocar sobre a mesa o projecto de um acto adicional ao infeliz tratado orçamental da dupla derrotada Merkel-Sarkosy. Veremos se o PSD aproveita o ensejo oferecido, e favorável aos objectivos europeus e portugueses, ou se prefere atrasar-se nos cantinhos ideologia passista para «ceder», enfim, às propostas que sobre o crescimento e o emprego virão certamente da zona euro.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A excepção Sarkosy

Há cinco anos só se falava no projecto de Sarkosy de ultrapassar a «excepção francesa» nas políticas internas e externas. Cinco anos depois, o «soberano» fez de Sarkosy uma excepção na história da V República. Não lhe renovou o mandato. Ainda ninguém se referiu a este «detalhe».E no entanto François Hollande deve ter esse dado bem presente como PRF. Os franceses e os europeus querem mais qualquer coisa. Pode não ser uma «excepção». mas terá que ser uma política independente e diferente.

sábado, 5 de maio de 2012

A geografia do escárnio

Entre a ordem estabelecida pelas centrais sindicais no Primeiro de Maio e o caos provocado pela abertura dos pontos de venda da cadeia Pingo Doce, declaro-me no Correio da Manhã do lado da ordem e da reivindicação racional promovida pelo sindicalismo português.A promoção do Pingo Doce foi um desafio ao Dia do Trabalhador, um medir de forças para uma viradeira qualquer, um escárnio para a dignidade de todos. Proponho um mea-culpa dos responsáveis por este acto que nem o presidente do grupo conhecia...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Os cornos do serviço público de televisão

A ERC considerou que a exibição de touradas na RTP faz parte das obrigações específicas do serviço público, na medida em que se tratará na douta opinião « de uma parte relevante da tradição regional portuguesa». Lê-se e não se acredita. Uma tradição regional  imposta a todo o país pela televisão pública? A ERC pôs os cornos ao serviço público de televisão. Esperemos que a gestão da compressão de despesas na RTP lave a testada da empresa.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

In Memoriam do meu amigo Fernando Lopes

Por uma dessas coincidências da vida estava no mesmo hospital quando faleceu Fernando Lopes, meu amigo de há cinquenta anos.Encontrámo-nos como dois não-lisboetas que gostavam de Lisboa e sua ilhas de liberdade num Portugal amordaçado. Para o Fernando, o Cinema, para mim as Associações de Estudantes, para os dois o mundo da cultura, da inovação e do convívio entre gente de qualidade. O local de encontro foi o VÁVÁ, esse café mágico dos anos sessenta, no cruzamento das avenidas dos EUA e de Roma onde se teceu a modernidade, e até a post-modernidade, entre estudantes subversivos, artistas rebeldes e publicítários criativos. Lembro-me como se fosse hoje, e especialmente hoje, da nossa partida do café para irmos, em grupo comandado pro essa agregadora chamada Milice Ribeiro dos Santos,  à estreia do Belarmino em 1964. Um literal murro no estômago, com savoir-faire. E, depois, as noites da Lisboa dos cafés e dos restaurantes, desde o Monte Carlo e Monumental, à Ribadouro e ao Gambrinus. Uma amizade tecida entre notícias das novidades culturais e políticas, com muita emulação para agradar ao auditório feminino da emancipação emergente.
O meu exílio interrompeu esse convívio quotidiano por seis anos, durante os quais o Fernando se revelou aquele líder da organização do moderno cinema português que todos reconhecem.Mas o 25 de Abril voltou a reunir-nos de várias maneiras: estivemos juntos em alguns dos bons combates políticos do nosso tempo, e o Fernando produziu das melhores campanhas políticas, como as do General Ramalho Eanes. Sim, porque o Fernando Lopes não foi só um cineasta e um director de programas de referência- foi ele o responsável pela vinda do Sesame Street- e o que deu o selo de qualidade ao Canal 2 do seu melhor tempo. Ele foi sobretudo um cidadão e um homem de cultura inovador, muito à frente do seu tempo e das suas circunstâncias.
Um abraço continuado para a Maria João e filhos.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pingo Doce abre as portas ao terceiro mundo

As imagens televisivas da abertura das portas da rede do Pingo Doce remetem-nos para o regresso ao terceiro mundo como ele já não deve existir nos países emergentes. Um vento de desvario colectivo apoderou-se de uma multidão sufocada pela austeridade e cuja propensão ao consumo nas grandes superfícies fez parte do modelo  de despesa dos últimos vinte anos. O facto de os seus promotores terem escolhido o feriado do Primeiro de Maio deve merecer uma reflexão profunda por parte de um governo impotente e aventureiro. O escárnio não foi lançado só sobre «os mais desfavorecidos». Toda a sociedade portuguesa devia fazer três dias de luto pela dignidade ameaçada.  

terça-feira, 1 de maio de 2012

Quanto vale um feriado

Parece que a cadeia de super-mercados Pingo Doce abriu as portas no feriado laico do Primeiro de Maio, praticando um desconto de 50% nos seus produtos. Quase um pecado contra o mercado...
Deve ser a este tipo de consequências da política dos feriados nacionais do governo de Santos Pereira,suspensa pela Santa Sé, que Passos Coelho chama de «disputa social»? Ou está a olhar para o outro lado?

O Governo fala para o Primeiro de Maio

Passos Coelho e Vítor Gaspar falaram que se fartaram esta noite para o Primeiro de Maio, naquele estilo descarado de quem continua a fazer promessas à toa. João Proença está vingado.

Gosto