sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Troika tatuada


Os trabalhadores da função pública terão cortes salariais em 2014 e 2015. A situação do Serviço Nacional de Saúde é caótica. Faltam profissionais, materiais e medicamentos, o que tem ameaçado a capacidade de resposta aos doentes e até perigado as suas vidas. A falta de recursos e de recursos humanos é gritante também na Justiça e na Educação. Por exemplo, Crato prepara-se para cortar 14 milhões no financiamento público às universidades agravando o descarnar da qualificação que este governo tem conduzido. E fazendo temer o pior no próximo Orçamento.

Ah, mas a troika não tinha ido embora ? Não andou o governo em grandes celebrações com a conclusão do programa, a “reconquista da liberdade de decisão dos portugueses”? Afinal, Portugal teve ou não uma saída limpa e foi ou não recompensado como qualquer muito bom aluno? Parece que não. A música da intervenção externa parou mas o executivo continua a dançar. E a fazer-nos dançar daqui para fora. Simples. A troika pode sair de Passos Coelho. Mas Passos Coelho nunca irá sair das regras da troika.  

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ébola e a pipa


Na hipótese mais benevolente, para evitar o contagio tipo ébola, Presidente da República, Governo, Banco de Portugal e CMVM garantiram que o BES estava sólido. Agora que já se percebeu que as contas do banco são um buraco negro, entenda-se que este caso é também a demonstração última do falhanço da Troika. Afinal, reformas sem tocar num cabelo de um sistema corrupto são como tratar de uma perna gangrenada amputando uma mão (e a mão foi o povo). Ou será que já se esqueceram do papel central do BES nos muitos negócios que fizeram do cofre do Estado (do nosso dinheiro) uma vaca leiteira?

Mas o banco verde também evidencia que a supervisão é uma léria, o Banco de Portugal música e as maravilhas da gestão privada uma cantata. Por fim, uma coisa é certa: não podemos consentir que se triplique o saque BPN. Ou seja, o buracão tem que ser pago por quem com ele lucrou e os ativos do Grupo Espírito Santo (cá e no estrangeiro) já deviam ter sido confiscados: desde imóveis a contas. É que, para citar Durão Barroso, isto vai ser uma pipa de massa.

Gosto