quinta-feira, 30 de maio de 2013

Feira do Livro de Lisboa

Ir à Feira do Livro é a minha romaria urbana anual. Ontem foi toda a família, com os netos à frente. Não foi difícil convencê-los a abandonar o canal 40 da televisão e ir bisbilhotar os pavilhões com livros «infanto-juvenis». Embora a feira este ano me pareça mais uma colecção de «fundos», não será pelos cá de casa que a «civilização do livro» acabará.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Na CMTV

Ontem o Jorge Jesus esteve na boca de tudo o que era canal. Fica, não-fica, entusiasma tanto como os golos tontos da final da Taça, e foram logo 3 a escarnecer do que deve ser uma jogada de futebol. Uma hora mais cedo do que o costume estive a recordar uma proposta atempada de Miguel Cadilhe feita há uns anos sobre a reestruturação da função pública com a ajuda de um fundo especial para não se matar ninguém à fome na operação de redução de funcionários, como agora um secretário de Estado com a cabeça cheia de brilhantina propõe com a maior leviandade e irresponsabilidade. O PR continua na casinha do consenso?

terça-feira, 28 de maio de 2013

Daniel de Sá (1944-2013 )

Faleceu o escritor Daniel de Sá na sua casa da freguesia da Maia em S.Miguel. Era um escritor que não escrevia para seduzir, que não escrevia para o êxito comercial, que não escrevia para a crítica, e que talvez nem para os amigos chegados escrevesse. O seu livro «Ilha Grande Fechada» é uma obra prima de dor e ternura. Apresentei outro livro dele «O Pastor das Casas Mortas»,uma epopeia campestre, num fim de tarde cheio de graça e sol no centro cultural da Caloira. A sala estava cheia. Havia algo de mágico em toda aquela beleza da costa sul da ilha de S.Miguel Era já raro que  Daniel de Sá saísse da «sua» Maia. Não foi só o Daniel que se finou agora, mas sim um certo tipo de culto íntimo dos livros.
NB- João Gonçalves, no seu blogue Portugal dos Pequeninos ilustra esse momento na Caloura com o Daniel de Sá e com a envolvência daquele instante. Vale a pena ver.

Motricidade Humana e futebol

Ontem tive o gosto de assistir às conferências inaugurais da série « Motricidade Humana e Futebol» ministradas pelo meu amigo Manuel Sérgio, e pelo selecionador de Cabo Verde, Lúcio Antunes. As duas conferências complementaram-se perfeitamente dentro de uma dimensão motivacional, intencional e humana que Lúcio Antunes ilustrou com a preparação de um clima de missão alegre para promover as novas realidades da República de Cabo Verde. Nações antigas e nações novas. O que interessa é perceber

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pior do que perder tudo

Há anos que temo pelas derradeiras jornadas da época futebolística do SLB. Desta vez foi ainda pior do que o costume porque ontem a equipa desfez-se diante de todos. Houve uma mentalidade de pré-vencedor sem critério na volta dos jogadores ao estádio dos Barreiros e com os adeptos mais contaminados pela propaganda interna e externa a concentrarem-se no Marquês de Pombal para festejar a época, já tudo estava por fios. Mas mau, mesmo muito mau, foi ver ontem mais do que o fim de uma época o fim de uma equipa. Vai haver muito trabalho pela frente. E sem organização no departamento de futebol não vamos lá.

sábado, 25 de maio de 2013

O Conselho de Estado não é a Academia das Ciências

Como acentuo no Cabo Submarino de hoje, Cavaco Silva não queria de todo discutir as condições políticas vigentes em Portugal. Pena que o PR tenha pretendido manipular o Conselho de Estado e o tivesse confundido com uma secção da Academia das Ciências. A próxima reunião do Conselho de Estado terminará por um Parecer sobre a dissolução da AR, e não com um comunicado omisso sobre os temas discutidos durante sete horas.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Córtex Frontal na CMtv








Aliança Progressista

Participei de alguns momentos bons da Internacional Socialista nomeadamente no início do processo das transições democráticas na América Latina em simultâneo com o estabelecimento de regimes democráticos em Portugal e Espanha. Depois, já no Parlamento Europeu, o que conheci do Partido Socialista Europeu deixava adivinhar a passividade perante a ofensiva neo-liberal do chamado «consenso de Washington» e as cumplicidades electivas da terceira via.
A crise destes modelos terá impulsionado agora a criação de uma Aliança Progressista no âmbito da IS, composta não só por partidos dessa área ,mas ainda por movimentos sindicais, movimentos sociais e outros protagonistas do «arco do progresso». Sempre é uma resposta nova ao imobilismo de mais de vinte anos. A minha intervenção no congresso do PS, no Coliseu de Lisboa,  em 1999 creio, foi sobre este tema da paralizia da IS e do Partido Socialista Europeu, que estavam a falhar os seus deveres humanistas na globalização. Como foi o «congresso do Tino de Rans», a imprensa escolheu o que se sabe.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

No canal 8 do MEO

Ontem à noite, na CMTV, fui concordante com Ângelo Correia sobre a reunião do Conselho de Estado ter sido uma oportunidade perdida para o bom funcionamento das instituições. Com efeito parece que o Comunicado emitido pela presidência omite, mais do que esclarece, as discussões que lá tiveram lugar e os reais conselhos que foram dados ao PR. Tudo indica que a próxima reunião do Conselho de Estado terá uma agenda marcada pela crise política.E que em vez de um comunicado teremos um Parecer.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Os caminhos da Senhora

Já não retomava esta série há tempos. Mas da Alemanha chegam ecos de um mal-estar com as consequências da execução das políticas de austeridade, e Berlim sente-se casa vez mais isolada na zona euro e mesmo na UE, embora tenha ganho todas as batalhas. Daí que comece a criticar a Comissão Europeia pela rigidez com que esta continua a interpretar a regras comunitárias, sobretudo em matéria da aplicação dos fundos estruturais.
Ora, desde cedo, que sugeri que uma forma de promover o crescimento nos países sob resgate seria uma flexibilização das regras desses fundos por forma a transferir e concentrar montantes e assim reduzir a contribuição financeira dos Estados sob troika para essess projectos sem sequer se necessitar de aumentar o orçamento comunitário.
Parece aliás que se arrasta por Lisboa, há dois anos, uma brigada de «federais» da comissão para orientar o governo a reorientar a aplicação desses fundos. Mas nenhum resultado foi anunciado.

Neste tempo de consenso decretado

Tenho aproveitado a situação de consenso decretado pelo PR para ir ao teatro e ao cinema. Comecei pela peça de J.M. Synge «O campeão do Mundo Ocidental» encenada pelo Jorge Silva Melo no D.Maria II, com imensa energia, graça e completa direcção de autores. O protagonista é um mentiroso, está tudo dito.
Depois fui ao cinema ver um filme anti-consenso, o chileno NO, sobre o referendo  a favor ou contra Pinochet em 1988, que tive a oportunidade de assistir então, integrado nas delegações de fiscalização internacionais enquanto deputado do Parlamento Europeu. Não tive dúvidas que a transição para a democracia no Chile seria imparável depois do voto. E não tinha visto os tempos de antena do NO... 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O PR e o Conselho de Estado

O PR não chega em forma a este Conselho de Estado. Demasiado preocupado com a manutenção do governo, as últimas declarações de Cavaco Silva desde o discurso de 25 de Abril são no sentido de impedir qualquer análise institucional ao actual estado da nação que leve à urgência de mudar de governo. Depois as medidas da troika empurram os países sob resgate, e aparentados, a colocarem-se na situação dilemática de continuarem, ou não, na zona euro, dado que há uma equivalência entre prós e contras perante a continuação da austeridade. Nada disto será discutido hoje em Belém. A não ser por algum espírito livre de agendas políticas e com alguma informação estratégica internacional...

sábado, 18 de maio de 2013

A herança da troika

No meu artigo de sábado no Correio da Manhã lanço um tema para debate no Conselho de Estado: o papel da troika na criação de Estados débeis da peninsula balcânica à peninsula ibérica.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Liderança e fuhrung

O pingue-pongue entre Barroso e Merkel sobre quem conduz a austeridade que leva à recessão não ficará para os anais desta enquanto a zona euro não der de si. Mas depois desta troca de responsabilidades fiquei a matutar no termo que Ulrich Beck  ressuscitou no seu livro German Europe : fuhrung. Eu sei que lhe falta o trema, e o assumir de Merkel. Mas o termo leadership está desactualizado em Bruxelas.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Córtex na CMtv

Treinadores portugueses,jogadores intercontinentais

A liga portuguesa de futebol não tem um único treinador estrangeiro.Tal não acontece na Espanha, na Inglaterra, na Itália, etc. Há anos passou pelo Benfica o actual treinador do Bayern de Munique mas não provou «conhecer por dentro a nossa liga», uma indicação só para iniciados. Em compensação os treinadores portugueses trabalham cercados de jogadores estrangeiros que devem saber muita coisa dela. Tudo indica ainda que dois dos melhores treinadores, Jesualdo Ferreira e Peseiro, deixarão as equipas do SCP e do Braga porque os presidentes querem experimentar outros enquanto compram e vendem jogadores em todas as estações do mercado.Veremos o que acontece a Jesus 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Uma boa exibição, um mau resultado

Não me tenho pronunciado muito sobre o Benfica nesta fase da época. Fiquei sempre à espera desta para acreditar nas melhoras aparentes que a equipa apresentava. Que Jorge Jesus aproveita muito bem os jogadores que lhe chegam às mãos vindos da América do Sul ou do Seixal não deixa dúvidas. Que os valoriza no mercado das transferências também não é uma novidade. Que aperta com eles nos jogos dá para ver no estádio e na televisão. Que nos últimos tempos alguns deles estão mais individualistas  e menos tácticos, como o Gaitan, mete-se pelos olhos dentro. ´Que me custou imenso estas duas últimas derrotas na praia dos descontos, custou. Como a pedra custou a Sísifo. Porque desistir é proibido. 

Ontem na CMTV

Ontem na CMTV espantei-me com as declarações tipo ayatola de Cavaco Silva sobre Fátima e o encerramento da 7ª avaliação da Troika, uma coisa destituída de tino mesmo numa zona euro a precisar de milagres económicos.
 Uma narrativa mais racional foi-nos dada pelo Banco de Portugal com a entrega ao Estado da distribuição dos dividendos de 2012 no valor record de 359 milhões de euros, para além do pagamento dos impostos. Sempre defendi que nesta emergência o BdP devia contribuir mais para o accionista Estado. Para não falar das aplicações das reservas de ouro agora estimadas em 15,5 mil milhões pelo simples efeito da sua valorização inerte no mercado. Seja como for o governador não ficou só a ralhar com a sociedade portuguesa

terça-feira, 14 de maio de 2013

Os criadores da troika

A troika foi uma criação ad-hoc impulsionada pela chanceler Merkel há 3 anos. Aos olhos de espíritos impressionáveis parece uma entidade secular, com estatutos e jurisprudência, quando é mais um híbrido de um mundo europeu sem regras. A troika vai levar a maior parte dos países sob resgate, e aparentados, a uma situação de equivalência em termos de prós e contras sobre a manutenção na zona euro, ou a saída dela. Não é essa a agenda do próximo Conselho de Estado proposta pelo PR. O Portugal pós-troika de Cavaco Silva está submerso no aprofundamento da união monetária. E nem vê a crise política que se aproxima antes do fim desta troika.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Compromisso ou mentira?

Ontem foi um dia negro para o governo. Ou porque o corte das pensões foi apresentado à troika como uma mentira para consumo internacional ( como aconteceu durante dez anos com as contas apresentadas a Bruxelas no âmbito do Pacto de Estabilidade), ou porque o lado «facultativo» da medida se destinou a «salvar a face» do ministro Paulo Portas. Em ambos os casos o governo enfraquece-se ainda mais.

sábado, 11 de maio de 2013

Em dia de sondagens eloquentes

Ainda irá Paulo Portas a tempo de evitar acompanhar o PSD na derrota que se avizinha? Que fará o lider do CDS se Passos for para a frente com novo corte das pensões com efeitos retroactivos? Perguntas que deixo no ar no Cabo Submarino de hoje. Quando o PS nas sondagens já tem mais intenções de votos do que toda a coligação  governamental. O caso de Cavaco Silva merece tratamento à parte. Mas o homem não está sintonizado com o país.Ou não percebe para onde pende o consenso.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ontem e hoje

Ontem foi o Dia da Vitória dos Aliados. Hoje comemora-se o Dia da Europa. Veja as diferenças.

Na Cinemateca

Ontem participei na Cinemateca no ciclo organizado pela Anabela Mota Ribeiro «Noite e Nevoeiro-Portugal e o Holocausto» onde se retoma a necessidade de«Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro». O mote foi dado pelo João Canijo cujo filme FANTASIA LUSITANA foi-lhe ditado pelo facto do filho lhe ter aparecido em casa mal informado sobre o passado. O debate foi muito vivo e participado, desde a mesa com o Daniel Oliveira à plateia. Acabou tarde...
NOTA:
 O tema da neutralidade portuguesa durante a IIGM é um dos temas mais mitificados pelo salazarismo. Basta dizer que enquanto a neutralidade foi apelidada pelo regime de «colaborante», os britânicos caracterizavam-na como uma mera «neutralidade continental», outros de «neutralidade benevolente», e já nos anos noventa surgiu a tese nos EUA segundo a qual, Portugal perante os acontecimentos em Timor e nos Açores, se limitara a ser um Estado «não-beligerante».

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Na CMTV

Ontem à noite recordei os termos da carta de Passos Coelho enviada à troika a 3 de Maio, dois dias antes de Portas a ter interpretado politicamente:
«De forma a permitir a construção do consenso, está previsto que algumas medidas sejam substituídas por outras de semelhante qualidade e efeito orçamental. Acresce que o valor global agora apresentado é superior ao necessário...»
Medidas de austeridade superiores ao necessário ! A discussão do orçamento rectificativo promete...

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O que vem a ser isto?

Paulo Portas falou ontem em diferido do conselho de ministro. Deu alguma informação positiva sobre o desenrolar das negociações com a troika, e assumiu que foram tomadas «medidas suplementares do Estado consigo próprio», entre as anunciadas com pompa por Passos Coelho. Portas não votará a «tsu dos pensionistas». Gaspar fica avisado. Mas se isto já está assim para o orçamento intercalar de 2013 qual será o estado do governo por altura da proposta do OE para 2014?Ou cai a prepará-lo?

sábado, 4 de maio de 2013

Cabo Submarino

Olhar para Itália, é o título.
Ainda ninguém disse não querer ser como a Itália, mesmo quando ela tem uma superpercentagem de dívida pública, mesmo quando provoca eleições antecipadas sucessivas, mesmo quando os partidos se engalfinham em antagonismos nada consensuais, mesmo quando precisa de dois meses para se dotar de um governo tido por impossível pelos peritos do mundo. Como em Roma não vigora a doxa comunicacional portuguesa segundo a qual o chefe de governo é eleito pessoalmente nas legislativas, há agora um governo de grande coligação que pode sacudir a UE.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

As quintas-feiras europeias

O Benfica voltou esta quinta-feira a uma final europeia com mérito , e «limpinho» no que lhe diz respeito. Sou do tempo em que esses apuramentos ocorriam às quartas para os lados do estádio da Luz. Mas não me vou fazer esquisito! Venha a taça!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Na CMTV às terças pelas 22h

Todas as terças encontram-me no canal 8 da MEO  às 22h no programa  Esquerda-Direita conduzido por José Carlos Castro e com a participação de Ângelo Correia. Desta vez o programa durou uma hora quando o previsto é meia. E ainda por cima o Real Madrid acabara de jogar, o que costuma incendiar a televisão por cabo... 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Marchar hoje contra os que querem um grande Bangladesh

O Papa denunciou a prática de salários de 30 euros por mês no Bangladesh, considerando tratar-se de trabalho escravo. Pois é à remuneração desse trabalho que muitos chamam ganhos de competitividade e baixa do custo unitário do factor trabalho...Hoje, dia 1 de Maio, o Papa Francisco fez mais contra o dumping social na globalização do que o sistema inteiro das nações unidas. Contra o trabalho escravo marchar, marchar, devia ser a próxima missão militar da ONU. Podia chamar-se «operação Lincoln»...

Gosto