Ninguém sabe como lidar com a dívida soberana grega, porque as razões que levaram ao actual modelo de assistência financeira internacional na zona euro estão datadas. O critério do pagamento integral da dívida é irrealista, e está ultrapassdo, embora fosse muito apelativo para os credores em plena crise dos pagamentos inter-bancários em 2009. O modelo de negociação com os credores mantendo os Estados sob-tutela criou a ilusão que não seria necessário renegociar com os credores o perfil da dívida, taxas de juro, maturidades, etc...
Esta noite percebeu-se mais uma vez que esse modelo só leva ao atraso das medidas que devem ser tomadas e que acabam por ser tomadas: baixa das taxas de juro, adiamento dos prazos, etc. Mas sempre às arrecuas, sem se passar à libertação negocial dos Estados. Assim isto vai acabar mal para o FMI, o Euro-Grupo e o BCE. Porque ninguém quer ser a Grécia quando a Grécia indica o caminho...