quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Teresa Amado
Quando regressei a Lisboa de uma férias intermitentes notei no meu bairro, ao entardecer, a circulação de várias caras amigas que não via há muito tempo. O mistério desfez-se ao chegar a casa: a nossa querida Teresa Amado havia falecido.Tínhamos sido da mesma direcção associativa da Faculdade de Letras na crise de 1962- onde aliás as mulheres estavam em maioria sem necessidade de quotas, a Benedita Vassalo, a Isabel Franco, a Yolanda Barbosa- num momento axial dos estudantes contra o regime da União Nacional. A Teresa Amado optou uma carreira universitária mas mantivemos sempre o contacto- que se acentuou nos últimos tempos- porque éramos vizinhos e ambos motivados pelo combate às nossas doenças de civilização. Sempre segura, sempre calma, sempre doce- não cheguei a perceber se alguma vez desesperou. Ontem os amigos estavam lá com ela.