No dia mundial da criança e no centenário da República, o Ministério da 5 de Outubro anunciou um encerramento massivo de escolas (900), invocando um mínimo de 21 alunos. Este critério é o grau zero na política da educação. Nada indica que mudar 15 mil crianças para escolas maiores garante mais resultados e a hiper-escola vai contra as melhores práticas. E bom senso. Muitas crianças perderão horas diárias em deslocações para estabelecimentos a abarrotar. Talvez a Ministra depois escreva “Uma aventura... numa escola abandonada”.
Mas Sócrates tem “Ordem para fechar”. Tem acabado com maternidades, postos dos CTT, caminhos de ferro, urgências. E escolas, único local para reunião de muitas populações. Só escapa a via rápida. Se for para apascentar construtores, já se considera o interior. Enfim, Mário Lino só estava incompleto. Não é o sul que é um deserto. Em breve, o país será um castelo de areia com um oásis litoral e uma imensa estrada que leva ao nada.
É esse o Estado Socrático: o Estado dos cidadãos de primeira e de segunda, em que todos pagam impostos, mas os que vivem no interior limitam-se a poder votar; o Estado dúplice, máximo nos deveres (nomeadamente fiscais) mas mínimo nos direitos. Um Estado injusto, iletrado, inseguro. Cujo governo deveria ser rapidamente encerrado.