domingo, 4 de julho de 2010

Quatro divórcios e uma empresa


A decisão do governo em usar a golden share da PT só pecou por tardia. O encaixe financeiro da venda da Vivo não justificaria a destruição de tanta capacidade de emprego qualificado, tecnológica e exportadora. O mercado funcionou. Considerou o interesse nacional e o futuro das pessoas. O brutal investimento na Vivo foi possível porque a PT nos impôs dispendiosos tarifários. Todos o pagámos. Agora que foi de sorvedouro a fonte, vendia-se?
Se a tendenciosa Europa declarar as golden shares ilegais, ficará claro que empresas estratégicas não podem ser privatizadas. Já incompreensível é o PSD. Reconhece que o negócio era ruinoso (melhor que certos jornais), mas condena essas acções. Alarma sobre a fuga de investimento, mas esquece-se que, sem golden shares, as empresas que foram públicas abalariam todas (incluindo as que ainda pretendem privatizar). Esta direita, cujo patriotismo é só do tamanho de um campo de futebol, defende a hegemonia espanhola e, como sempre, quer prejuízo público e lucro privado.
Seja como for, vê-se a força de uma operação bolsista. Esta provocou quatro divórcios. Ricardo Salgado separou-se das suas próprias posições (advogava centros de decisão nacionais). E de Sócrates. Já Cavaco Silva, distancia-se da sua antiga defesa das privatizações. E ainda deste PSD.

Gosto