Os opositores ao Acordo Ortográfico defendem a “preservação da língua”. Apesar da natural evolução e do bafio colonial, essa posição transformou o AO, supostamente um uniformizador, num divisor. Pelos vistos, agora, tanto dá escrever pré como pós novas normas ortográficas.
E eis que chegou aquilo que o governo designa de branding das lojas do cidadão. A estação de metro do Chiado já se designa de PT Bluesation. Daqui a nada o rés-do-chão do Éden de Cassiano Branco pode intitular-se Loja Sonae. Exclamando a mesma marca em todo o país, talvez a nação venha a dar-se pelo nome de Portugal Bimby. Mas esta mercantilização já não parece picar o palato dos oponentes à putativa estatização da língua. Deve ser porque estes anúncios são um eventual contributo para a transparência do regime. O Ministério das Finanças poderá passar a Ministério BES e o Ministério da Economia a Ministério Three Gorges. Isso sim, seria um caso de publicidade não enganosa e, claro, de um português absolutamente rigoroso.