quinta-feira, 25 de julho de 2013
Haverá um homem forte no governo?
Hoje foi dia de avaliação do governo remodelado. Contrariamente aos que olham para Paulo Portas como o governante que sai reforçado, eu só vejo um vencedor neste torneio político de verão: Passos Coelho. Ultrapassou a crise aberta pela demissão havida por apocalíptica de Vítor Gaspar, e substituiu-o por uma amiga de longa data; meteu na algibeira a demissão «irrevogável» de Portas; não se misturou nas conversações tripartidas cenariadas pelo PR, atitude que António José Seguro não explorou;pagou a dívida política contraída junto de Cavaco Silva com uma moção de confiança que apresentaria mais cedo ou mais tarde; acabou por ter o líder do CDS onde o quer: a responsabilizar-se pelas negociações com a troika sob o sorriso malandro do secretário Carlos Moedas, e a estar presente com carácter permanente no Conselho de Ministros. Aumentou este para 14 membros com a mesma ligeireza com que havia defendido um governo com 11 ministros. A haver um homem forte na maioria é Passos Coelho. Pode não durar muito, mas é assim.