Longe
vão os tempos em que os maiores trunfos políticos de Passos Coelho eram a sua
suposta eficiência e a sua presumida honestidade. A eficiência, que resistiu a
ir pelo cano com o facto da austeridade aumentar a dívida em vez de a
controlar, estatelou-se no asfalto com o Citius e os professores. Já a
honestidade começou a esboroar-se com o caso Tecnoforma e acaba de estirar-se
ao comprido com o BES.
Todos os
chefes de um executivo vivem da credibilidade da sua palavra. Mas o mito do
homem de Massamá, honrado e moderado, vivia e morria por ela. Já foi. Passos
Coelho garantiu que “os contribuintes não voltariam a ser chamados à
responsabilidade por problemas que não foram criados por eles” até porque isso
seria “usar o seu dinheiro para pagar a
falta de ética e de escrúpulos”, e agora o governo declarou que o buraco do BES
vai ser coberto pelos contribuintes. Muito bem Sr. Primeiro Ministro. Obriga-nos,
então, a pagar dos nossos bolsos a anti-ética e a ilegalidade. Pois tenho a
impressão que a falta de palavra vai o senhor pag á-la.
E oxalá também seja a dobrar.