terça-feira, 4 de maio de 2010

Destino Mercado?

A História, inclusive a do século XX, acumula momentos de absoluta irracionalidade. Depois, a Humanidade pergunta "como foi possível?" e tenta justificar o ilógico. Tal como agora.

Economistas e agências de rating perderam toda a credibilidade. Às portas da crise, aconselharam investimentos tóxicos ou em países que logo faliram. Seguiu--se uma sangria. Como explicar que hoje determinem a credibilidade das Repúblicas? Ou que Portugal, com uma dívida pública abaixo da média europeia, seja o alvo? Ou que se poupe e ajude com dinheiros públicos os causadores da crise, enquanto se castiga trabalhadores e desempregados, vítimas vistas como parasitas? Como explicar que, contra todas as provas, muitos governantes ainda acreditem no mercado e por ele sacrifiquem os mais fracos?
Como é que Sócrates e Coelho falam do "ataque especulativo sem fundamento" e apresentam cortes nos subsídios de desemprego como salvação? Uma especulação sem fundamento, uma crença, leva à penitência de mais uns ‘bodes expiatórios’? Como explicar que o primeiro-ministro aplique essa medida embora desconheça os seus efeitos financeiros, e ainda que os efeitos sobre muitos sejam certinhos? Explica--se pela cobardia e irracionalidade. Mas não basta explicar. E melhor do que lamentar a História é mudá-la. Bom 1º de Maio.

Gosto