terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Cada vez mais sozinhos
A Espanha teve alta do plano de refinanciamento da banca, embora os seus bancos tenham de passar a prova de transparência financeira em Janeiro, como os congéneres portugueses, um dado que pouco se fala entre nós. A República da Irlanda saiu da situação de resgate e lança-se confiante nos mercados, o que enche de alegria todos os «austeritários unidos» que acham mais uma vez que a história acabou. O êxito da Irlanda permite agora à triste oligarquia europeia exibir os seus verdadeiros sentimentos em relação a um país como Portugal que vai sofrer por ter ficado sozinho encostado ao quadro negro dos exames primários dos equilíbrios macro. Ontem, até Mário Draghi se revelou excessivo e impertinente diante da eurodeputada Elisa Ferreira que o questionou sobre o confessado «erro inicial do desenho» por parte do FMI, e do qual se deve pedir responsabilidades ao mais alto nível. Que não houve nenhum erro, disse,-ele que não é do FMI- e que Lisboa vai precisar de ajuda para voltar aos mercados! Coitadinho de Portugal, encostado sozinho à ardósia. Muitas contas o vão obrigar a fazer. A Grécia, como sabemos, não conta!