Um e-mail amigo dá-me conta de um colóquio realizado em Aveiro, ou em Coimbra não sei bem, este fim-de semana sobre o III Congresso da Oposição Democrática. Que eu teria sido muito citado, ou evocado. Há 40 anos foi política pura, hoje o congresso é, em grande parte, história. Quem me convenceu a enviar uma tese foi o Sottomayor Cardia no final de 1972, com o argumento de que o que eu estava a escrever na Seara Nova e no República era muito diferente do tom dominante na oposição ao regime. Escrevi então, durante as férias de Natal uma «tese»- segundo os termos do regulamento do referido congresso- intitulada
Da Necessidade de um Plano para a Nação em que elencava as metas mais urgentes que se deparavam à sociedade portuguesa: descolonizar, democratizar, socializar e desenvolver. E chamava a atenção para o possível papel das Forças Armadas no derrube da ditadura. Deu-me muito prazer intelectual escrever tudo isso do exílio.Agora sinto necessidade de um outro plano para a nação, lançado deste exílio interior.