Dei hoje um grande passeio pelo Chiado. Fui parar, é claro, às livrarias. Sopesei as «novidades», e comprei o livro do Pacheco Pereira As Armas de Papel. Esta obra de Pacheco Pereira é notável. Trata-se de um monumento à investigação cultural individual, pois o objecto da investigação tinha tudo para dar aso a não-sei-quantos projectos tipo FCT. Mas não. Como o autor explica:
«O projecto nasceu fora da universidade, continuou fora da universidade e vai acabar fora da universidade, mas vai para a frente enquanto puder.É um trabalho individual, com recursos próprios como agora se diz,«sem apoios».
É um imenso, utilíssimo, e inteligente trabalho de recolha, sistematização e enquadramente de publicações clandestinas e do exílio ligadas a movimentos radicais de esquerda cultural e política, entre 1963 e 1974. São 600 páginas para adultos.