segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Memória do presente

A vitória de Dilma Rousseff trouxe-me à lembrança os exilados brasileiros da ditadura militar em Genebra.Havia de tudo, como sempre acontece nessas situações.Mas como esquecer a fraternidade dos convites para as festinhas de carnaval, a cumplicidade da língua nas conversas com mais gente à volta, a revelação de personalidades ricas em humanidade como a Nádia defensora de todos «os soldadinhos» da revolução como ela dizia, ou decididas até ao regresso ao Brasil na clandestinidade como a Deolinda que pagaria com a vida o empenhamento? Ou uma noite em Paris num apartamento em que também pernoitava o Geraldo Vandré que não deixava dormir ninguém com as suas músicas e alguns berros?
Certo, não é preciso ter estado preso, ou exilado, para perceber que, às vezes, a história resolve dar seguimento a si própria muitos anos depois.Mas ajuda.
N.B. Ainda não me sinto suficientemente habilitado a ter uma opinião sobre o mandato presidencial de Dilma Rousseff.

Gosto