terça-feira, 31 de janeiro de 2012

27, 26, 25...

A Grande Europa está a minguar. O próximo tratado não será assinado pelo Reino Unido e pela República Checa, que nunca gostaram de comissários indicados por Berlim. Depois das ratificações nacionais ainda haverá o saldo dos Estados alinhados pelo acordo circunstancial Merkel-Sarkosy. Quando a Croácia puder assinar soma-se mais um alinhado do costume.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A intersindical no seu elemento III

Arménio Carlos, o novo líder da CGTP, chega num momento agónico para o modelo de equilíbrio social em que se viveu durante trinta anos. Diga-se desde já que não foi o movimento sindical quem tomou a iniciativa de iniciar o processo de alteração das regras estabelecidas.A troika, e o governo Passos Coelho, estão num desatino sem limites. Deste ponto de vista Arménio Carlos, e o seu discurso ideológico, constituiu a resposta simétrica aos poderes ideológicos que nos governam. Ele não precisava de carregar no tópico da luta de classes. O governo já o faz. A sociedade portuguesa dará a vitória a quem for mais abrangente na resposta global aos problemas do momento, e não a quem for o mais sectário.

A Intersindical no seu elemento II

Caso a memória me não falhe, Carvalho da Silva sucedeu a José Luis Judas na direcção da Intersindical. Se, como Mário Soares me disse em 1977, Judas «era um interlocutor», os 25 anos de Carvalho da Silva vieram consolidar o papel da CGTP como central dos trabalhadores, e aperfeiçoaram o seu papel de racionalizador nas decisões sobre matérias laborais, e mesmo sociais lato senso. Os 25 anos de Carvalho da Silva também correspondem ao período de maior estabilidade da dimensão social do Estado, para além de terem acompanhado o fenómeno da integração na política europeia dentro da metodologia da concertação social e do diálogo, período agora agónico. De certa maneira Carvalho da Silva sai no fim de uma era nacional e internacional. Ele foi o garante de uma CGTP combativa e reivindicativa, mas pautada por critérios próprios de ordem e não violência.A sua sucessão merece ser analisada à parte.

domingo, 29 de janeiro de 2012

A Intersindical no seu elemento I

Quem conheceu a Intersindical antes do 25 de Abril sabe muito bem que ela cresceu no marcelismo apoiada por militantes comunistas, por sindicalistas católicos provenientes em grande parte da JOC e da LOC, e por quadros e juristas de Direito do Trabalho. Era uma verdadeira estrutura unitária, nos moldes da oposição ao corporativismo, à probição do direito à greve, e à repressão policial. Averbou vitórias no domínio da contratação colectiva, mesmo não estando legalizada.Conheci em Genebra alguns dos principais dirigentes da Inter no âmbito das actividades da OIT.Recordo em especial o sindicalista católico Manuel Lopes.Depois com a unicidade sindical decretada por lei, a Inter perdeu muita da credibilidade nacional que havia conquistado. Manteve contudo a matriz plural aqui assinalada, independentemente da luta travada pela hegemonia sindical. . Tem alternado coordenadores comunistas com coordenadores católicos. Carvalho da Silva conseguiu sintetizar as duas condições, num híbrido ainda pouco analisado, tendo em conta o estado voluntarioso da nossa ciência política.
A Inter volta agora, nessa espécie de pacto genético rotativo , a dotar-se de um coordenador mais ligado ao PCP, e cujo discurso e entrevistas merecem atenção.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Dar força ao 5 de Outubro

Plenamente de acordo com o Tomás Vasques. Esta tontice do corte nos feriados vai levar a uma maior politização e moblização em certas datas, como o 5 de Outubro e o 1 de Dezembro.Olá se vai!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um ministro fora da suas competências

Ainda ninguém do governo explicou porque a questão dos feriados está a ser tratada pelo ministro da economia, transportes,comunicações e emprego. Uma bizarria que só tem o mérito de evidenciar a mesquinhês dos objectivos nacionais da maioria. Daqui não pode sair nada de bom nem de sério sobre feriados e comunidade política. Passe a pasta dos cultos caro Álvaro.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Três governos perante a troika

A negociação entre o governo da República e o governo regional da Madeira merece mais do que um tipo de análise sobre o que está em jogo entre duas gerações de governantes do PSD. Para já nota-se um empolgamento de Passos Coelho em relação a Alberto João Jardim, que ele evita empregar com os seus autarcas endividados. Conviria perceber porquê.
Quem sai bem de toda esta história é a Região Autónoma dos Açores, cujo governo preventivamente tem apresentado as suas contas sem precisar de recorrer aos bons ofícios do governo central, bons ofícios que seriam nesta circunstânca da intervenção da troika mais do que duvidosos. Aliás nós temos em Portugal três Executivos com comportamentos políticos diferenciados em relação ao Memorando de Entendimento.Sem ninguém dar por isso.

Barcelona-Real Madrid

Um dos grandes prazeres dou últimos tempos tem sido ver os jogos de futebol entre o Barcelona e o Real Madrid. Trata-se de um dos melhores espectáculos mundiais em qualquer modalidade e género. Noite de jogo é dia de reunião aqui na sala com o meu filho. Ele mais solidário com Mourinho, Coentrão e Ronaldo. Eu mais sensível ao lado identitário do Barcelona, à sua aposta na escola de formação, à sua forma colectiva de jogar sem limitar o talento individual mas sem depender de vedetas. Estava quase a desenhar o SLB dos meus sonhos...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Errar o alvo vai custar muitas moedas

Cavaco Silva, em quem nunca votei, é , neste momento, o melhor garante da liberdade possível do comunidade política portuguesa. Comete muitos erros e omissões.Mas há muito que não vejo quem possa, com influência, travar a deriva abdicacionista dos titulares nacionais perante os poderes exteriores destemperados , assim como perante os excessos governamentais e a demagogia interna . Hoje haverá uma manifestação. que vai atirar moedas ao PR. A escolha do alvo a desacreditar diz tudo sobre a leviandade política destes condutores para o abismo. Acho melhor guardarem as moedas para outros alvos, aliás mais evidentes.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sem paciência

Não prestei grande atenção à inauguração de Guimarães capital da cultura.Desde os anos noventa-quando se inventou a EXPO-98 que dei um remate conceptual ao que aí vinha, englobando excelência, repetição,mediocridade, derrapagens orçamentais e salários altos sem vaias, como o dia a dia de um Portugal pais de eventos. Só a nossa incontida auto-estima não cifrada levou ao endeusamento dos seus promotores. O modelo, em moldes industriais e standartizados, até faz sentido no Portugal dos hoteis e do turismo. Mas nunca acreditei numa palavra sobre as intenções épicas desse eventos. Desejo muitas entradas e camas vendidas durante o certame. A auto-estima ficou muito cara e sem ninguém para dar a cara.

sábado, 21 de janeiro de 2012

O PR paga a racionalidade orçamental

Há um ano, quando o PR optou pelas reformas a que já teve direito e prescindiu do vencimento de função, , escrevi a 27 de Janeiro que havia algo que estava errado nisso. Para mim foi sempre claro que Cavaco Silva devia ter optado pelos honorários de Presidente, tendo em conta o cargo que ocupa com as inerências que lhe são simbólicas. Ficasse a ganhar ou a perder rendimentos. Parece que os meninos da JSD, e demais frustados socias.democratas do cavaquismo governamental, conceberam uma patifariazinha para cortar nas reformas do PR.Tive pena que Cavaco Silva não tivesse mantido o ordenado dos presidentes da República. Mas ao ver a parada de ódio, demagogia e oportunismo dos nossos «opinion makers» sobre o assunto, prefiro ficar ao lado de Cavaco Silva na ocorrência. Há algo de mais são.

Gosto