segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Rui Moreira foi eleito PR e António Costa «só» presidente da Câmara de Lisboa?

Longe de mim diminuir a importância e o significado da vitória de Rui Moreira no Porto contra Luís Filipe Menezes, ou seja contra o PSD de Passos Coelho.Quanto aos independentes deixemos o tempo apurar essa informalidade concebida por Rui Rio. Mas pelo entusiasmo até parece que entrou na corrida para as presidenciais. Já António Costa, que alcançou uma expressiva vitória sobre a aliança PSD-CDS na figura do inefável Fernando Seara, e não abriu nenhuma crise no PS, ficou pendurado no cabide da larga família de comentadores do PSD. E no entanto Costa deu um grande passo em frente em todas as direcções, inclusive a de uma futura candidatura presidencial.

A noite dos resultados longos

Quem diria que seria com os «moderninhos» da informática e da simplificação da «burocracia» que a duração das contagem das votações voltaria ao tempo das primeiras eleições do STAPE!A vitória clara do PS, e a subida do PCP, foram assim estendidas durante a noite até à avaria das máquinas nos serviços eleitorais do MAI. 
Agora é urgente que o PR se decida por novas eleições legislativas. Sem elas Portugal também avaria não tarda nada...

domingo, 29 de setembro de 2013

A boa cobertura da rádio e jornais

Do que li na imprensa escrita e ouvi nas rádios guardo uma ideia muito positiva desses meios da comunicação social na divulgação das questões do poder local durante este período em que as autárquicas estiveram em destaque.

Fui votar

Nunca faltei a uma eleição no regime democrático. Sabia muito bem em quem voltar a votar em Lisboa, e as televisões não me fizeram falta nenhuma com os seus pretextos, embora tivessem faltado ao seus deveres e transgredido não sei quantos compromissos para serem autorizadas a emitir. Esse aspecto passou despercebido ao actual PR, que apenas falou da lei eleitoral a rever. Mas cuidado com a futura falta de credibilidade de eleições pautadas pela lei das televisões.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Não há governo de salvação nacional sem novas eleições

O PR voltou à carga com o regresso ao governo de salvação nacional que só não está no horizonte porque Cavaco Silva deu a mão a Passos Coelho na crise Gaspar-Portas-Maria Luís.Temos por estes dias os líderes dos principais partidos a falarem de coisas gerais em plenas eleições locais como se estivessem em legislativas. Sua Excelência faz de conta que não percebe o que lhe estão a dizer: não há governo que nos salve sem novas eleições para a AR. E já não há muito tempo a perder desde que Passos Coelho perdeu os mercados ao virar da esquina.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Livros difíceis

Ontem voltei à Casa Fernando Pessoa, desta vez para falar da obra de Marguerite Yourcenar As Memórias de Adriano, na série que ali corre sobre livros difíceis, uma óptima ideia. A sala estava mais do que cheia, um regalo para qualquer orador, o que me levou a transgredir o tempo que me tinham destinado com tolerância geral.
As Memórias de Adriano foi um livro difícil, em primeiro lugar para a sua autora que descreve o processo de elaboração numas Notas e Apontamentos anexados quer na edição francesa quer na portuguesa da Ulisseia, cuja tradução é de Maria Lamas. Yourcenar teve o projecto entre mãos de 1924 até 1951 com as largas interrupções e hesitações que aponta. O livro em segundo lugar é difícil para o leitor. Mas a sua leitura é deslumbrante.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Passos Coelho perdeu o pé nos mercados

Há mais de dois anos que ouço Passos Coelho garantir que a República Portuguesa vai «votar aos mercados» em 2014, e até já os terá avistado em Maio de 2013. De repente o primeiro-ministro descrê na sua ciência  perante a subida das taxas a curto e a longo prazo. É sempre um choque ver uma crença que se desmorona

domingo, 22 de setembro de 2013

Os Caminhos da Senhora

Merkel alcançou mais de 40% de votos. O SPD ficou-se pelos 25%. A Alemanha não está em estado de salvação nacional, uma especialidade dos nossos consensualistas. Por isso só haverá uma «grande coligação» em Berlim caso a chancelar queira um pretexto para mudar a política externa, do euro à política internacional. De resto não faz sentido para as partes. Os verdes é que têm vocação para os arranjinhos internos, à falta dos liberais.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Da série «Os caminhos da Senhora»...

Nós conhecíamos Ângela Merkel vista do exterior. Das suas chegadas às cimeiras europeias sem um único papel na mão a contrastar com o peso das pastas dos governantes com menos poder. A sua palavra bastava para dar o tom à conversa. Agora, por causa da campanha eleitoral, sabemos que, na Alemanha, é menos assertiva, menos decisionária, mais prudente, mais «Estado Social». Pode ser que alguém perceba o porquê na Europa.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Da série «A Grécia vai à frente?»

Os gregos voltaram às ruas sem esperar pelas eleições alemães. Fala-se de novo de uma modificação do perfil da dívida pública e de um novo plano de apoio de 10 a 15 mil milhões de euros a Atenas para os anos de 2014 e 2015. Mesmo sem copiar a Grécia convém vê-la de longe. Pode ser que se veja melhor o futuro do que se imagina.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A linha vermelha de Portas ainda se enxerga?

O governo lançou contra os pensionistas da CGA uma operação de cerco e limpeza. Correia de Campos hoje no Público  recorda que a CGA foi obrigada a incorporar os fundos de reforma dos CTT, e depois da PT, e a seguir a dos bancários, acumulando dificuldades para o futuro.
 Sobre as reformas dos funcionários públicos propriamente ditos fazem-se contas dos financiamentos do Estado sem ponderar a contribuição devida à CGA como entidade patronal que o Estado também é. 
Hoje chega a troika  muito presumida nas suas receitas, com a «linha vermelha» de Portas muito esbatida para não dizer inexistente. Quem nos defende?

domingo, 15 de setembro de 2013

Os 360 graus da RTP

A RTP1 abriu hoje às 20h com Cristiano Ronaldo. O pretexto foi a assinatura de um novo contrato com o Real Madrid depois daquele clube ter dado mais dinheiro pela transferência de um outro jogador, Bale, esta época.Em compensação há quem festeje a sua ultrapassagem de Eusébio em golos na selecção, embora a média  por jogo não seja lisonjeira ao CR7 por comparação com o moçambicano. A mim tanto me faz. Prefiro o anti-vedetismo de Pauleta. Mas os critérios da RTP tinham tudo a ganhar se o seu ângulo de apreciação não fosse tão coincidente com certas campanhas publicitárias.

sábado, 14 de setembro de 2013

Os papéis dos swaps foram destruídos para não haver dúvidas

A Inspecção Geral de Finanças mandou destruir os papéis «de trabalho» que estavam associados às auditorias realizadas a 4 empresas subscritoras dos swaps e produtos derivados. Informa o jornal Público que ficará assim sem resposta o requerimento feito pelos socialistas na comissão parlamentar de inquérito aos swaps. Tudo muito eloquente e desenvergonhado.Há muita gente que se sente impune, daí este farrabadó.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Querida auto-estrada

Vejo ainda um grupo de 4 professoras de Vila Real que foram colocadas numa escola de Viana do Castelo. Tencionam organizar-se para viajar diariamente em conjunto. Queridas auto-estradas...

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Qual será o futuro de Helder Rosalino?

Vejo Helder Rosalino a dispor das pensões dos funcionários públicos, a coberto da uniformização das reformas, por baixo, entre o «público» e o «privado», e pergunto-me qual será o futuro dele, e se se salva disto tudo voltando para o Banco de Portugal e o seu particular sistema de aposentações...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O condicionamento televisivo

No salazarismo havia o «condicionamento industrial», que ajudou a fortalecer alguns grupos económicos que não deixaram depois de mandar no governo. No regime actual emergiu o «condicionamento televisivo» com a escolha de dois canais privados generalistas, o rateio do mercado da publicidade com fortes limitações legais para a televisão pública, e a não abertura de mais canais generalistas em nome ainda da distribuição das receitas geradas pela «santa publicidade» que comanda o pluralismo. Os canais generalistas uniram-se agora contra um certo tipo de cobertura das eleições autárquicas, e vão impor a sua lei no território que ganharam aos poderes públicos. Não se percebe o que a RTP faz nesse conjunto. Talvez só queira entrevistar o primeiro-ministro antes do fim da campanha...
Fazem muita falta canais regionais nestas eleições autárquicas.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Judo diplomático

Ontem o ministro russo Sergei Lavrov marcou pontos na questão das armas químicas sírias ao propor a internacionalização destas. A proposta, se for por diante, ajuda a resolver uma questão à ONU, (como escreveu Ferreira Fernandes hoje, a guerra síria é um dilema, de um lado, um ditador, do outro, terroristas), e, em qualquer caso, altera o calendário das agendas de várias potências sobre o assunto, EUA incluídos. A Rússia começa a beneficiar da sua derrota na guerra-fria, de uma política externa muito profissional, da concentração dos seus meios e objectivos, das poupanças económicas e financeiras que tem feito entretanto. Um tema de futuro.

domingo, 8 de setembro de 2013

Não foi o Poiares Maduro

A ideia da entrevista a Passos Coelho na RTP antes das eleições autárquicas, e a Seguro depois destas, não foi de Poiares Maduro. Ele é contra qualquer interferência da tutela na estação pública. De quem terá sido a subtileza da ideia a que Passos Coelho aparentemente não resistiu? 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Os mais fortes do regime

Os autarcas são os agentes políticos mais fortes do regime. As competências do Poder Local e a Lei de Finanças Locais dão-lhes um poder sem paralelo no sistema, e mesmo os «troikos» não lhes tocam. Esse poder revelou-se na regra da perpetuação nos cargos que ocupavam, e que lhes multiplicava a influência e o poder de decisão em matérias muito sensíveis. Os deputados- sem influência que lhes seja comparável a não ser no imaginário catártico dos programas de opinião pública!- tentaram levar para a frente uma lei de limitação de mandatos, mas deixaram a obra a meio por fraqueza própria e cumplicidades partidárias. Agora o truque da demissão a meio do segundo mandato, ou da boa vizinhança com outros municípios vai proliferar rebentando com a lei.A não ser que o legislador não se deixe escarnecer e torne tudo muito claro.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Líbia, Mali, Síria...

Desde que perdeu para a Alemanha a liderança europeia-continental que a França se dotou de uma agenda ultramarina, desde a Líbia com Sarkosy ao Mali e à Síria já com Hollande. Foi o conselho que Bismarck deu a Paris depois da guerra franco-prussiana...
Ao menos agora a França ficou no lugar de parceiro especial dos EUA para a Síria.

Os parlamentos e a guerra

Os parlamentos das grandes democracias começam a reagir à facilidade com que os governos decidem levar por diante operações militares no estrangeiro sem uma real participação dos deputados. As falsas informações que estiveram na base da invasão do Iraque em 2003, o desastre militar, político e financeiro que se seguiu deixou marcas nas Câmaras. Onde elas existem e funcionam, claro.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Estou de férias enquanto houver temperaturas superiores a 30 gaus

Pasmo sempre quando vejo as crianças serem arrancadas às férias para entrarem numa escola com uma temperatura superior a 30 graus!Ficam logo treinadas para os trópicos. Por mim continuo de férias como os turistas alemães que nos visitam. Não trato pois de assuntos sérios, e há alguns. Mas dou-me por satisfeito por ter previsto aqui acima que o Jorge Jesus ia fazer entrar o Cardozo na segunda parte contra o Sporting.Quando a temperatura descer falo-vos do deserto, e da redescoberta das ilhas em termos de plataforma continental

Gosto