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domingo, 27 de junho de 2010

A escola da capinha*


Eis um exemplo do que uma das mais recentes medidas do Ministério da Educação está a fazer ao país. Em 2007, a EB1 Capinha foi ampliada e requalificada, sofrendo um investimento directo de 250.000 € que permitiu requalificar as 4 salas de aula, a construção de um sala/atelier multimédia com 8 postos de trabalho ligados à internet e ferramentas multimédia, construção de uma cantina, remodelação dos sanitários, construção de um pátio interior para recreio e ginástica e requalificação total do espaço exterior da escola. Numa recente visita da Inspecção do Ministério da Educação ao agrupamento de escolas João Franco, o parque escolar da CAPINHA foi apelidado de FORMIDÁVEL, COM CONDIÇÕES EXEMPLARES PARA A APRENDIZAGEM.
Como o Ministério da 5 de Outubro vai fechar esta escola, não apenas este dinheiro vai pela janela, como se verificará num aumento exponencial dos custos directos com a alimentação (75%) e transportes escolares (525%), representando mensalmente um encargo adicional de 2.500€, verba suficiente para suportar o ordenado do(s) docente(s). Já para não falar das  indemnizações por cessação dos contratos de trabalho do pessoal não docente. 
Mas há mais. Mudando de escola, muitas destas crianças de 5 e  6 anos terão que fazer dezenas de quilómetros diários e perderão (ou dificilmente conseguirão conjugar) os  apoios sociais e pedagógicos desenvolvidos pela autarquia local, que vão desde o Atelier de Tempos Livres e Multimédia às aulas  de natação. 
Por fim, note-se que este encerramento provocará, inevitavelmente,  um êxodo populacional para outras localidades. Neste caso, é um decreto de morte desta povoação.  

*informações cedidas por Rogério Emanuel Palmeiro, Presidente de Junta de Freguesia da Capinha.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

É FECHÁ-LO.



No dia mundial da criança e no centenário da República, o Ministério da 5 de Outubro anunciou um encerramento massivo de escolas (900), invocando um mínimo de 21 alunos. Este critério é o grau zero na política da educação. Nada indica que mudar 15 mil crianças para escolas maiores garante mais resultados e a hiper-escola vai contra as melhores práticas. E bom senso. Muitas crianças perderão horas diárias em deslocações para estabelecimentos a abarrotar. Talvez a Ministra depois escreva “Uma aventura... numa escola abandonada”.
Mas Sócrates tem “Ordem para fechar”. Tem acabado com maternidades, postos dos CTT, caminhos de ferro, urgências. E escolas, único local para reunião de muitas populações. Só escapa a via rápida. Se for para apascentar construtores, já se considera o interior. Enfim, Mário Lino só estava incompleto. Não é o sul que é um deserto. Em breve, o país será um castelo de areia com um oásis litoral e uma imensa estrada que leva ao nada.
É esse o Estado Socrático: o Estado dos cidadãos de primeira e de segunda, em que todos pagam impostos, mas os que vivem no interior limitam-se a poder votar; o Estado dúplice, máximo nos deveres (nomeadamente fiscais) mas mínimo nos direitos. Um Estado injusto, iletrado, inseguro. Cujo governo deveria ser rapidamente encerrado.


Gosto