Na hipótese mais
benevolente, para evitar o contagio tipo ébola, Presidente da República,
Governo, Banco de Portugal e CMVM garantiram que o BES estava sólido. Agora que
já se percebeu que as contas do banco são um buraco negro, entenda-se que este
caso é também a demonstração última do falhanço da Troika. Afinal, reformas sem
tocar num cabelo de um sistema corrupto são como tratar de uma perna gangrenada
amputando uma mão (e a mão foi o povo). Ou será que já se esqueceram do papel
central do BES nos muitos negócios que fizeram do cofre do Estado (do nosso
dinheiro) uma vaca leiteira?
Mas
o banco verde também evidencia que a supervisão é uma léria, o Banco de
Portugal música e as maravilhas da gestão privada uma cantata. Por fim, uma
coisa é certa: não podemos consentir que se triplique o saque BPN. Ou seja, o
buracão tem que ser pago por quem com ele lucrou e os ativos do Grupo Espírito
Santo (cá e no estrangeiro) já deviam ter sido confiscados: desde imóveis a
contas. É que, para citar Durão Barroso, isto vai ser uma pipa de massa.