Um grupo financeiro pode pedir que os mercados sejam suspensos. E nem
por isso é apelidado de irresponsável que viveu acima das suas possibilidades.
Além disso, o BES não é o GES. Repita comigo. O BES não é o GES. Um grupo
financeiro pode pedir proteção contra credores. Mas não é acusado de não honrar
os seus compromissos. O BES não é o GES. Um grupo financeiro pode reestruturar
a sua dívida. E não é apontado de, assim, entrar numa perigosa fantasia irrealizável,
esquerdalhona e perigosa. O BES não é o GES.
Um grupo financeiro pode adiar a apresentação de contas para se proteger
dos mercados, sem ser logo rotulado de sulista, preguiçoso e improdutivo que
vive à custa dos rigorosos do norte. O GES não é o BES. Muitas empresas
portuguesas estão expostas ao grupo financeiro ES, o rating do Banco cai, as
suas ações despenham-se, mas não é considerado culpado, merecedor de castigo e sacrifício.
O GES não é o BES. Repita comigo. Portugal não é um país. Um país não é
Portugal.