Philippe Legrain, ex-conselheiro de Durão
Barroso (e não um perigoso esquerdalhão), publicou um livro explicando que os
programas da troika em Portugal e na Grécia serviram para salvar os bancos alemães
e franceses. Estes estavam demasiados expostos à dívida pública desses países e
queriam evitar perdas. Além disso, a UE injetou nos bancos 1,3 biliões de euros
em 4 anos. Sobretudo nos alemães, franceses e ingleses. Valor astronómico
quando comparado aos empréstimos troikanos que em nada beneficiaram países como
Portugal. Aliás, antes da crise financeira, a nossa dívida era 68% do PIB.
Agora é mais do dobro.
Portanto, é mentirosa a ideia de que os
alemães nos sustentam e de que vivemos acima das nossas possibilidades. Nós
sustentámos os bancos alemães que viveram acima das suas possibilidades. E o
sistema financeiro tem um poder absoluto sobre as democracias. Neste pós BPN, veremos
como se desenrolará o caso BES. Para já, fez disparar os juros da dívida, coisa
que nunca a Constituição e os seus juízes, os nossos salários ou direitos
conseguiram.