domingo, 27 de novembro de 2011

Eu e o Fado II

O meu primeiro encontro com o Fado foi no Teatro Vilafranquense, na ilha de S.Miguel. O teatro pertencia à família Damião que resolvera adaptá-lo a cinema no final dos anos quarenta. O filme de estreia da sala de espectáculos assim recuperada foi «Fado-História de uma cantadeira», com Amália Rodrigues e Virgílio Teixeira, tenho a certeza absoluta. Quanto ao realizador já não ponho as mãos no fogo mas desconfio que era o Perdigão Queiroga.Tinha uns oito anitos mas ainda me lembro de ver muita gente chorar com as desgraças que se passavam nas ruelas lisboetas, enquanto a «cantadeira» da história fora viver, segundo constava junto dos amigos de um inconsolável Virgílio Teixeira, «para as avenidas novas», da capital.Prometi a mim próprio tirar a limpo, quando crescesse, o que haveria de sedutor em viver na Avenida da República.
Claro, os discos de vinil venderam-se mais em Vila Franca do Campo nos tempos subsequentes, rivalizando com os programas radiofónicos do tipo «Que quer ouvir?» em que o fado campeava.
(continua)

Gosto