domingo, 27 de novembro de 2011

Eu e o Fado III

Quando cheguei a Lisboa as «avenidas novas» haviam-se deslocado mais para cima, e chamavam-se Avenida de Roma e dos EUA. Ainda fui a uma ou outra «casa de fado», mas, no género, gostava mais da variedade da «revista à portuguesa», e confesso que o Toni de Matos passou a ser para mim uma referência mais apelativa do «pathos» lisboeta.
Só voltei a entrar em casas de fado depois do 25 de Abril, no meio do anátema que já varrera o «nacional-canconetismo». As salas estavam praticamente desertas, os fadistas descriam do futuro, mas a comida melhorara.Há uma fotografia tirada na «Severa», que já apareceu numa entrevista pessoal do Artur Santos Silva, em que este, o António Barreto e eu próprio- três secretários de Estado do VI Governo Provisório, do Almirante Pinheiro de Azevedo-, ceávamos depois de algum conselho de ministros mais prolongado, o que era usual nesses tempos. A fotografia não mostra a desolação do ambiente, mas queríamos dizer alguma coisa com a nossa presença.

Gosto