Todos nós temos sido cilindrados pela carga fiscal que o
governo nos impôs a título do controlo de uma dívida e de um défice que não
param de aumentar. Mas o fisco transformou-se também num estrangulador da
democracia. Por exemplo, como é que os monopolistas grupo Mello e Mota-Engil
conseguiram colocar as finanças a cobrar multas de 500 e 1000% (será isto
sequer legal?) sobre portagens não pagas? E logo à primeira falha. Aliás, o
presidente do sindicato dos trabalhadores dos Impostos avisou que a Autoridade
Tributária e Aduaneira é agora uma máquina coerciva ao serviço de privados. E a
baixo custo.
Mas não
é apenas uma máquina coerciva. É mesmo debulhadora. Uma ceifeira de cidadãos,
famílias e empresas. Afinal, as finanças vão também cobrar coercivamente as
taxas moderadoras e títulos em dívida nos transportes públicos. Como se não
bastasse, os bancos vão enviar ao fisco todos os gastos em restaurantes,
prontos-a-vestir e hotéis pagos com cartões e independentemente do seu valor. É
isto que combate a evasão fiscal? Sério? Ainda andam a brincar aos pobrezinhos?