domingo, 28 de setembro de 2014

MADRE TERESA DE MASSAMÁ

Enquanto deputado, Passos Coelho nunca recebeu um salário da Tecnoforma. Credo, se há coisa que o Primeiro-Ministro não gosta é de salários. O próprio diz que é uma pessoa remediada que até teve de viver acima das suas possibilidades, contraindo um empréstimo para comprar casa, crédito que ainda hoje está a pagar. Passos Coelho é, assim, um filantropo que trabalhou de borla durante anos para uma organização não governamental com as melhores intenções - cooperar com os países de língua portuguesa. Enfim, um missionário. Quase Madre Teresa.

Existiam ajudas de representação, claro. Também seria demais pagar tanta caridade do seu bolso. Até porque, para isso, o então deputado teve que fazer várias deslocações a Bruxelas, Cabo Verde e ao Porto que justificam as 100 faltas que deu no parlamento durante esse período. Afinal, nem sempre a representação chega para a democracia representativa. Por fim, quando de lá saiu, Passos Coelho abdicou da subvenção vitalícia a que não tinha direito. Que não podia receber. Bonito. Chega mesmo para uma furtiva lágrima.

Gosto