sexta-feira, 22 de abril de 2011

O meu deputado inesquecível

Conheci Jorge Strech Ribeiro nos idos dos anos sessenta, entre Lisboa e Coimbra.Mais Vává do que o Choupal, para dizer a verdade.O teatro dava para muito mundo nessa altura.O Citac e o Teuc despertaram mais vocações políticas e revolucionárias do que teatrais.
Até 1980 praticamente não mais me cruzei com o «Strech».Mas lembro-me muito bem de uma «negociação» nesse ano para apoio do General Eanes.
Foi porém em 1995 que a nossa amizade geracional retomou todo o seu sentido no grupo parlamentar do PS.Responsabilidade e firmeza marcaram um número informal e impreciso de consciências livres e alertadas que discutiam, apresentavam projectos, declarações de votos, votações ditadas pela liberdade de consciência.Foram dez anos de combates suplementares, mas onde ainda havia liberdade, entusiasmo e alegria de viver.
O meu tempo de deputado terminou em 2005 no momento certo para mim.Mesmo assim, embora não alimentasse qualquer ilusão sobre os novos tempos, sabia que lá no fundo o Jorge Strech não se conseguiria domesticar inteiramente e manter-se-ia até ao fim como um rebelde tranquilo.
Agora desapareceu das listas em que ninguém o tivesse saudado como mereceria.
PS-Marques Júnior que se alimentava das mesma seiva também foi abatido ao efectivo.Mais ou menos pela mesma cultura dominante.

Gosto