Poucos
sabiam quem era, realmente, Passos Coelho até porque PM foi o seu primeiro
cargo governamental. Foi assim que foi eleito. Agora, é claro que se trata de
alguém que veio para esfacelar o sistema político e terminar com a sociedade
tal como a construímos desde 74.
Mas
os sinais estiveram sempre lá: Passo Coelho gosta de expressões como “chefe de
governo” e “união nacional”; eliminou o feriado de 5 de Outubro e evitou as celebrações
do centenário; prometeu a presidência da Assembleia da República a F. Nobre, julgando-se
proprietário do aparelho de Estado e depois substitui-o por Assunção Esteves, acantonando
os senadores e desenhando uma nova hierarquia no PSD com representação
institucional; partidarizou Durão Barroso; anulou Paulo Portas; anexou Cavaco
Silva; condicionou o perfil do próximo PR; instrumentalizou o parlamento com o
pedido de aclaração. Empobreceu o país e depauperou o estado social com a
desculpa da dívida que não para de crescer. A subversão do equilíbrio e
separação de poderes com a afronta ao Tribunal Constitucional é a cereja.